Assistentes sociais são agredidos por seguranças do INSS
Ato
denunciava o desmonte e extinção do Serviço Social na Previdência Social.
Por Cecília Figueiredo - Saúde Popular
30/05/2018
Assistentes sociais dos serviços previdenciários foram
agredidos na tarde desta segunda-feira (28), dentro do prédio da direção
central do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), em Brasília (DF).
Servidores devem se reunir na semana que vem com a presidente interina da central do INSS, Karina Argolo. Foto: Fenasps |
A ação truculenta dos seguranças, conforme vídeos e
imagens registradas, contra os manifestantes impediu a entrada ao prédio, onde
eles iriam realizar um ato contra o desmonte e extinção do Serviço Social do
INSS, que, segundo a direção da categoria, vem se intensificando com a
ingerência da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) na gestão do INSS.
“Chegamos para um ato pacífico, que estava na programação
do evento, que está no site da entidade, a Fenasps, e fomos barrados para
entrar no saguão. As portas estavam meio fechadas. Havia um número enorme de
vigilantes, que [normalmente] não existem naquela autarquia. Um grupo tentou
entrar, outro tentou sair, não deixaram. Houve um grande empurra-empurra. Muita
violência. Eu fui agredido. Levei um chute na perna”, relata Ailton Marques de
Vasconcelos, diretor da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde,
Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), que é servidor da Casa.
Vasconcelos registrou boletim de ocorrência no 5º DP e
fez o exame de corpo de delito em razão das lesões na perna, assim como mais
dois diretores das regionais da Bahia e São Paulo. “Deram uma gravata no rapaz,
deram murros e derrubaram pessoas. E grande parte do público que
estava lá eram mulheres”.
Desmonte
Dessa forma foi encerrado o 2º Encontro Nacional em
defesa da Previdência Social e do Serviço Social no INSS, realizado nos dias 26
e 27 de maio, contra as medidas que estão sendo adotadas para desmonte dos
serviços previdenciários.
“O encontro tinha como norte discutir o que diz respeito
ao trabalho desses servidores do INSS, os desafios e as restrições de direitos
que vêm ocorrendo, por parte da política previdenciária, que está sendo
implementada através da autarquia do INSS”, resume Ailton.
O INSS e Ministério do Desenvolvimento Social tem
publicado, segundo o dirigente, medidas que dificultam a atuação profissional
dos assistentes sociais, impondo a precarização do trabalho, como corte de
benefícios, entre outras medidas negociadas com o governo Temer.
A inovação tecnológica tem prejudicado o acesso aos
direitos da população que recorre às agências do INSS, que não encontram a
figura do assistente social, mas apenas canais digitais. “Há uma política que
está vinculada no contexto da reforma da Previdência, na questão da Emenda
Constitucional 95 e a 93, que seja desvincular recursos da União e de não ter
contratação de servidores públicos para atender à população”, diz Vasconcelos.
A pauta de reivindicações da categoria, encaminhada pela
Fenasps em dezembro do ano passado, não foi respondida. Os manifestantes
pediram uma audiência imediata para esta terça-feira (29), não foram recebidos.
Ficou definida uma agenda para 6 de junho com a presidente interina
da Diretoria de Saúde do Trabalhador (Disart), Karina Argolo.
Até o fechamento da matéria, a assessoria de imprensa da
Diretoria de Saúde do Trabalhador do Instituto Nacional do Seguro Social não encaminhou nota para esclarecer o ocorrido.
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