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Líderes europeus manifestam apoio a Lula

Ex-chefes de Estado e parlamentares de diversas tendências políticas declaram apoio a Lula e demonstram preocupação com o Brasil.

Por Anderson Augusto de Zottis – com informações do El País e Agência EFE 
16/05/2018

O apoio internacional ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou importantes adesões nesta semana. Nesta terça-feira (15) seis ex-chefes de Estado europeus publicaram mensagem em que elogiam Lula e revelam preocupação com a democracia brasileira, segundo a Agência EFE. Já nesta quarta-feira (16), o jornal El País divulgou texto de parlamentares europeus em que criticam a parcialidade do Ministério Público e do Poder Judiciário brasileiros, e chamam de arbitrária a prisão do líder petista.

O texto dos ex-chefes de Estado foi assinado pelo ex-presidente da França, François Hollande, pelo ex-presidente do Governo da Espanha, José Luis Zapatero, pelo ex-primeiro-ministro da Bélgica, Elio Di Rupo, e pelos ex-presidentes do Conselho de Ministros da Itália, Romano Prodi, Massimo D’Alema e Enrico Letta.

Lula com Zapatero, em 2008, quando ambos eram chefes de Estado. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Os políticos chamam de apressada a prisão de Lula, a quem consideram “incansável arquiteto da redução das desigualdades no Brasil, defensor dos pobres de seu país”. Eles também dizem que o impeachment sofrido por Dilma Rousseff em 2016 já despertava séria preocupação, e destacam a integridade da ex-presidente e o fato de ter sido “eleita democraticamente por seu povo”.

Sem negar a necessidade do combate à corrupção, os líderes europeus entendem que essa luta “não pode justificar uma Operação que questiona os princípios da democracia e o direito dos povos de eleger os seus governantes”. Ao final da mensagem, solicitam que o ex-presidente Lula “possa se submeter livremente ao sufrágio do povo brasileiro”.

Situação alarmante
Já a mensagem dos parlamentares europeus denuncia a situação alarmante a que foram submetidos Lula e o Brasil, num contexto de Golpe de Estado Institucional, perda de direitos e enfraquecimento da democracia. Os políticos encaram como arbitrária a prisão do líder petista – um “incômodo para aqueles que tomaram o poder”.

Assinam o texto parlamentares de diversas tendências políticas e de países como França, Irlanda, Espanha, Grécia e Portugal. A mensagem enfatiza que “Lula representa uma alternativa para numerosos brasileiros e brasileiras”, e que o processo que o levou à prisão foi um simulacro que revelou “a parcialidade de uma parte do Ministério Público e do poder judiciário brasileiro”.

Eles citam a interferência da mídia hegemônica brasileira e do Exército nesse processo, e relatam casos recentes de violência e intolerância contra lideranças políticas de esquerda, como o assassinato da vereadora Marielle Franco e os ataques com tiros à Caravana Lula Pelo Brasil.

Denegação democrática
Nesse sentido, afirmam os parlamentares europeus, “nenhuma oposição política poderia justificar a denegação democrática que reina hoje no Brasil. Nenhum processo judiciário deve ser utilizado para fins políticos, a fim de reduzir ao silêncio um líder carismático porque este incomoda”.

Na mesma linha do que pensam os ex-chefes de Estado europeus, os parlamentares também entendem que “a luta contra a corrupção é legítima e essencial”, mas que “não deve ser travada em detrimento da presunção de inocência e do respeito à Constituição.”

Ao final do texto, os políticos convocam “os democratas do mundo inteiro a reagir” e afirmam que se associam “a todas as forças políticas, sindicais e sociais, bem como a todos os brasileiros e brasileiras que se oponham à detenção arbitrária do ex-presidente Lula”.


Fontes:
O texto dos parlamentares foi traduzido pelo Coletivo Alerte France Brésil.

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