Luta por direitos e pela liberdade de Lula marcam Dia do Trabalhador
Ato unificado reuniu sete centrais
sindicais e diferentes movimentos populares.
Por Cristiane
Sampaio - Brasil de Fato |
Curitiba (PR)
01/05/2018
A mobilização do 1º de Maio em Curitiba (PR) foi regada a música
e muita energia de luta por parte da militância. O ato realizado na Praça
Santos Andrade, no Centro da capital, reforça as diferentes bandeiras políticas
relacionadas ao Dia do Trabalhador.
Ato em Curitiba teve apresentações culturais, como shows com Beth Carvalho e Ana Cañas/Foto: Ricardo Stuckert |
A programação deste ano é unificada e reúne sete centrais
sindicais e diferentes movimentos populares, que trazem como reivindicações a
defesa dos direitos da classe trabalhadora e a liberdade do ex-presidente Lula
(PT), preso há 24 dias na Superintendência da Polícia Federal no Paraná.
Em todas as regiões do Brasil, foram realizados atos unificados
das centrais sindicais. Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, entre
outras cidades, protestaram contra a reforma trabalhista do governo golpista do
Michel Temer e pela liberdade do ex-presidente Lula. Atos pró-Lula aconteceram
também na Argentina, Chile, Venezuela, El Salvador e Colômbia.
Pauta política
Como de costume, a pauta política deu o tom do 1º de Maio
unificado em Curitiba. Para a professora Zélia Jardim, que veio do Rio de
Janeiro, a presença massiva de trabalhadores nas ruas contradiz o discurso
hegemônico de manutenção da prisão do petista.
“Mostra que o povo resiste, resiste e resiste. Não queremos ele [Lula] preso porque sabemos de toda a perseguição. Fascistas não terão vez neste Brasil que nós queremos construir”, bradou.
“Mostra que o povo resiste, resiste e resiste. Não queremos ele [Lula] preso porque sabemos de toda a perseguição. Fascistas não terão vez neste Brasil que nós queremos construir”, bradou.
O líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), lembrou
que Lula completa, em 2018, 50 anos de filiação ao Sindicato dos Metalúrgicos
de São Bernardo. Segundo o deputado, este é o primeiro Dia do Trabalhador do
qual o ex-presidente não participa.
“Isso não é uma coisa qualquer. De certa maneira, cada um aqui está fazendo um esforço para atender ao que Lula pediu: representar a voz dele. O fato de este ato unificado ocorrer em Curitiba é uma enorme demonstração de apoio do movimento popular e sindical a ele”, disse Pimenta.
“Isso não é uma coisa qualquer. De certa maneira, cada um aqui está fazendo um esforço para atender ao que Lula pediu: representar a voz dele. O fato de este ato unificado ocorrer em Curitiba é uma enorme demonstração de apoio do movimento popular e sindical a ele”, disse Pimenta.
Unificação
Para o líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST)
Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL, a unificação de
diferentes forças políticas e populares neste 1º de Maio é uma vacina contra o
avanço da cultura do ódio.
“Vivemos um surto de violência fascista, a mesma escalada que
matou Marielle, que atacou o acampamento de defesa do Lula, que promoveu a
prisão arbitrária dele. Neste momento, temos que estar juntos”, defendeu.
O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Vagner Freitas, destacou a união do campo popular na atualidade contra a
deterioração dos direitos trabalhistas.
Ele também afirmou que a participação de Lula nas eleições
presidenciais deste ano seria uma questão democrática e associou o caso à
recuperação política e econômica do país.
“Se quisermos a possibilidade de desenvolvimento, de retomada do
crescimento da economia, de fortalecimento de direitos, a única via é a
democrática. Sem ele nas eleições, o caminho será o fascismo, a intolerância e
o agravamento da situação do país”, argumentou.
Um dos milhares de trabalhadores que compareceram ao ato, o
professor Rui Barbosa disse acreditar numa possível nova eleição do petista.
Ele levou consigo para a praça a edição de um jornal impresso do
dia 22 de outubro de 2002, quando foi noticiada a primeira eleição presidencial
de Lula.
“É uma forma de lembrar a ideia que ele mesmo destacou que representa.
Estão querendo acabar com essa ideia. Falar de um operário na Presidência é
falar do maior símbolo da luta popular no Brasil, e nós queremos isso de novo”,
disse.
Antes do ato político, o público conferiu shows de artistas
nacionais, com destaque para a sambista Beth Carvalho. Entre as canções, ela
puxou o coro “Lula Livre” e “Fora, Temer”. Também se apresentaram os cantores
Flávio Renegado, Maria Gadú e Ana Cañas.
Pela manhã, a capital paranaense foi palco de uma marcha popular
que terminou nas imediações do prédio onde Lula está preso, além, de um ato
ecumênico.
Edição: Katarine Flor (Brasil de Fato)
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