MST realiza primeiro encontro nacional de crianças sem-terra
Filhos
de militantes e 400 educadores vão se reunir em Brasília nesta
semana para discutir temas como educação e alimentação.
Por Anderson Augusto Soares – Crítica21 (com informações da Rede Brasil Atual - RBA)
Por Anderson Augusto Soares – Crítica21 (com informações da Rede Brasil Atual - RBA)
22/07/2018
O Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza a partir desta
segunda-feira (23), no Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília (DF), o primeiro encontro nacional dos sem-terrinha, como são chamados os filhos dos militantes do
movimento. O objetivo é celebrar o protagonismo infantil e sua auto-organização
nos assentamentos de diversas regiões do país, por meio de discussões de temas
como educação, direito à terra e alimentação.
Foto: MST |
Também haverá oficinas culturais e brincadeiras, e as
atividades encerram na quinta-feira (26). A organização espera a participação
de mais de mil crianças de 8 a 12 anos. "O objetivo é proporcionar um
espaço para a troca de experiências vivenciadas por essas crianças e seus
familiares", explicou à reportagem da RBA a integrante do coletivo de Educação
do MST, a educadora Márcia Ramos.
Segundo Márcia, este primeiro encontro nacional é
resultado da própria história do movimento. "É uma pauta que a gente tem.
É a própria concepção de que as crianças convivem com a luta diária, em uma
relação de vida concreta”, destacou.
Além da reforma agrária, a luta pela educação está entre
os principais temas da pauta dos sem-terrinha, que precisam de escolas no campo
para que não tenham mais de passar na estrada tempo maior do que passam em sala de aula,
como acontece atualmente.
De acordo com o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação no Campo (Gepec), da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar), já foram fechadas mais de 30 mil escolas rurais em todo o país
desde 2002, o que força os pais a mandar seus filhos para escolas distantes de
casa, em viagens longas, arriscadas e em condições precárias.
Direito
"O encontro nacional será também um momento
de discussão, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), do
direito de estudar na própria comunidade. E os sem-terrinhas vão poder falar
sobre o que estão vendo em seus estados, os problemas nas escolas, a falta
de merenda escolar”, explica Márcia.
Foto: MST |
Segundo a educadora, no ano passado foram realizadas atividades com a participação das crianças do movimento, como um encontro
na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde mais de 200
sem-terrinha foram reunidos para debater educação do campo.
"Foi quando tiramos delegados para este primeiro
encontro nacional. A ideia, agora, é levar um menino e uma menina para
participar da coordenação nacional do MST. Há todo um processo em construção de
fazer da criança um sujeito político, histórico e de direito", disse Márcia
Ramos à RBA.
Ilustração: capa da página do evento/MST |
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