Papa Francisco recebe livro de Lula e abençoa o ex-presidente
Segundo
o ex-chanceler brasileiro, Celso Amorim, pontífice demonstrou preocupação com caso de Lula durante conversa que durou uma hora.
02/08/2018
O Papa Francisco recebeu, nesta quinta-feira (2), no Vaticano,
o embaixador brasileiro Celso Amorim, que foi ministro das Relações Exteriores
durante os dois governos de Lula (2003-2010). Os dois falaram sobre a prisão do
ex-presidente em reunião que teve a participação dos ex-ministros Alberto
Fernández (Argentina) e Carlos Ominami (Chile).
Papa recebeu de presente a versão em italiano do livro "A verdade vencerá", de Lula. Foto: reprodução/PT |
De acordo com Amorim, o pontífice demonstrou preocupação
com o caso de Lula durante a conversa de uma hora. “Ele ouviu com muito
interesse, perguntou muito, disse inclusive que continuaria a se interessar
pela situação. O tema era a prisão de Lula, a democracia do Brasil, fatores
internos e externos que levaram a esta atitude”, disse o ex-chanceler.
Amorim destacou também que o pontífice se referiu de
maneira positiva à ex-presidente Dilma Rousseff, utilizando a expressão
"mulher honesta" para descrevê-la. Ao final do encontro, o papa recebeu um exemplar em italiano do livro "A verdade vencerá", escrito
por Lula. Ele ainda deixou a seguinte mensagem ao ex-presidente: "A
Luiz Inácio Lula da Silva, com a minha benção, pedindo-lhe para orar por
mim, Francisco".
Mensagem do Papa ao presidente Lula, enviada pelo ex-chanceler Celso Amorim após encontro no Vaticano. Foto: reprodução/Facebook-Lula |
Golpe
de Estado
O gesto de Francisco em receber o ex-ministro de Lula e os
representantes de seu país natal - a Argentina - demonstra que o pontífice está
atento ao que ocorre na América do Sul. Em maio, durante missa matinal no
Vaticano, ele criticou métodos persecutórios que são usados ainda hoje na vida
civil e política "quando se quer fazer um Golpe de Estado".
Disse o Papa: “a mídia começa a falar mal das pessoas,
dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas. Depois
chega a justiça, as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”. Para se
chegar a esse ponto, segundo Francisco, cria-se um “ambiente de falsa unidade”
e o povo é instrumentalizado por “dirigentes”.
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