Chomsky compara prisão de Assange à de Lula e Gramsci
Linguista
norte-americano volta a dizer que ex-presidente “é o prisioneiro político mais
importante do mundo” e que, sob sua liderança, Brasil foi a voz do “Sul Global".
Foto: reprodução/YouTube |
Por RBA
13/04/2019
Em conversa pública realizada na última quinta-feira (11), e transmitida pelo canal Democracy Now, o
linguista norte-americano Noam Chomsky situou a prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um contexto global e comparou sua situação à do
criador do WikiLeaks, Julian Assange.
Historicamente, ele vê a prisão de ambos como similar à
do fundador e secretário-geral do Partido Comunista Italiano Antonio Gramsci
(1891-1937).
"Alguns podem se lembrar quando o governo fascista
de Mussolini colocou Antonio Gramsci na prisão. O promotor disse: 'Temos que
silenciar essa voz por 20 anos. Não podemos deixá-lo falar.' Isso é o Assange.
Isso é o Lula. Isso é um escândalo."
Chomsky voltou a dizer que Lula “é o prisioneiro político
mais importante do mundo”. Ele acrescentou na entrevista: “Você ouve alguma
coisa na imprensa sobre isso? Bem, Assange é um caso similar: ‘Temos que
silenciar essa voz’”.
De acordo com o pensador, “sob o governo Lula, no início
deste milênio, o Brasil foi um dos mais – talvez o país mais respeitado do
mundo. Foi a voz do Sul global sob a liderança de Lula da Silva”.
Habeas
Corpus
A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a
julgar ontem (12), virtualmente, um agravo regimental no Habeas Corpus (HC)
165.973. Nele, a defesa do ex-presidente Lula pede a anulação da decisão
monocrática do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
que rejeitou em novembro o recurso especial que tentava anular a condenação
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) referente ao tríplex de
Guarujá.
Os advogados argumentam no HC que Fischer – relator da
Operação Lava Jato no STJ – não poderia decidir sozinho. O recurso de Lula no
julgamento virtual na 2ª Turma do STF deve ser rejeitado.
Em fevereiro, o ministro Edson Fachin considerou inviável
dar seguimento ao HC 165.973, já que o caso não está encerrado no STJ. O julgamento
do recurso nesta corte deve ser realizado depois da Páscoa. Antes disso, o
Supremo não anularia qualquer decisão do STJ, por caracterizar “supressão de
instância”. Em linguagem comum, equivaleria a “passar por cima” do STJ.
Confira o depoimento do linguista Noam Chomsky:
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