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Lula é referência na Europa, diz Mélenchon, líder do movimento França Insubmissa

Político francês visitou Lula nesta quinta-feira e anunciou a criação de um movimento global de resistência ao chamado lawfare.

Por RBA
05/09/2019

Jean-Luc Mélenchon, líder do movimento de esquerda França Insubmissa, visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta quinta-feira (5) em Curitiba, onde o petista está preso desde 7 de abril do ano passado. Ao lado do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e do ex-senador Aloízio Mercadante, o ex-candidato à presidência em seu país anunciou a criação de um movimento global de resistência ao chamado lawfare – uso abusivo do sistema de justiça como arma contra um inimigo político.

O ex-candidato à Presidência do Brasil, Fernando Haddad, acompanhou Mélenchon na visita a Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Para Mélenchon, a nova esquerda europeia deve muito ao trabalho de Lula no Brasil. Ele afirmou que o brasileiro é uma vítima do uso político da Justiça contra a esquerda. “Conheci o Lula sindicalista e o encontrei após 500 dias de prisão com mesma força de caráter. Além de ser um político, é um ser humano”, disse.

Ao criticar as forças políticas que levaram à prisão, Mélenchon lembrou que Lula foi “condenado por fatos indeterminados”. “Vemos a Justiça sendo utilizada para processos políticos”, completou. Sobre o ministro bolsonarista Sergio Moro, juiz que condenou Lula em primeira instância na Lava Jato, o francês disse: “Condenou Lula sem provas e depois se vendeu como um ministro de um governo de ultradireita”.


Mélenchon foi derrotado na última eleição presidencial da França, em 2017, pelo atual presidente Emmanuel Macron. Mesmo direitista, Macron tem se posicionado contra o desastre ambiental do governo Bolsonaro para dar satisfações ao seu eleitorado.

Antes de visitar Lula, o líder francês esteve por outros países latino-americanos. Na Argentina, encontrou com os líderes nas intenções de votos para o próximo pleito, os progressistas Alberto Fernández e Cristina Fernandez Kirchner. No Uruguai, encontrou com o ex-presidente José Pepe Mujica. Antes, no México, foi recebido pelo presidente López Obrador.


Para o político francês, há uma similaridade entre processos que passam os líderes progressistas em todo o mundo. Ele mesmo está sendo processado na França por suposto uso indevido de dinheiro do Parlamento Europeu em sua campanha presidencial. Lula é a mais conhecida vítima deste processo. Cristina passa pela mesma situação. “Virou um método político para se livrar da esquerda no mundo inteiro.”


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