O governador que 'mata' crianças
Por Anderson
Augusto de Zottis – Crítica21
Na última sexta-feira (20) uma menina de oito anos foi morta com tiro de fuzil no Rio de Janeiro. Não foi a primeira e, a julgar pela sanha assassina do governador Wilson Witzel, não será a última. A PM logo se apressou em divulgar nota dizendo que os policiais foram atacados e precisaram revidar. A versão não se sustenta, pelo relato do avô da vítima, pelo local e circunstâncias.
Desde o início de sua gestão, o governador Witzel tem incentivado policiais
militares a atirarem nas comunidades, sob pretexto de combater a criminalidade. E não importa se
inocentes vão morrer. O que vale é mostrar força, poder. Matar pessoas - crianças inclusive - seria o
efeito colateral para combater a criminalidade.
Na última sexta-feira (20) uma menina de oito anos foi morta com tiro de fuzil no Rio de Janeiro. Não foi a primeira e, a julgar pela sanha assassina do governador Wilson Witzel, não será a última. A PM logo se apressou em divulgar nota dizendo que os policiais foram atacados e precisaram revidar. A versão não se sustenta, pelo relato do avô da vítima, pelo local e circunstâncias.
Foto: reprodução |
A política de segurança pública de Witzel causa espanto
pela irresponsabilidade. O governador aumentou o número de operações policiais,
inclusive com o uso de helicópteros. Segundo estudo coordenado por Silvia Ramos, do Observatório da
Segurança RJ e do Centro de Estudos e Segurança e Cidadania, “o resultado
é o crescimento do número de pessoas mortas por essas forças, que deveriam
ter como missão a proteção da população. Na Capital e na Grande Niterói,
quase 40% das mortes foram causadas por ação policial.”
É possível afirmar que entre essas mortes estão
crianças, como a menina Ágatha, de oito anos. O avô dela, Airton
Félix, afirmou que não houve confronto entre polícia e criminosos: “Atirou por
atirar na Kombi. Atirou na Kombi e matou a minha neta. Foi isso. Isso é
confronto? A minha neta estava armada por acaso para poder levar um
tiro?". Segundo a plataforma Fogo Cruzado, em 2019 cinco crianças foram
mortas no Grande Rio (16 foram baleadas).
Esse é o retrato da era Witzel, em pouco mais de oito
meses e governo. Mas o governador gosta de posar de homem forte, decidido.
Quando a polícia abateu um homem que manteve pessoas reféns num ônibus ele apareceu
logo na cena. Desceu de helicóptero na ponte Rio-Niterói, celebrando,
portentoso, o desfecho.
A morte é a plataforma de governo desse político do Partido Social Cristão,
que é tão vaidoso que já se coloca como pré-candidato a presidente da República. Quer federalizar sua sanha assassina. Parece absurdo? Há dois anos também parecia absurdo Bolsonaro ser
eleito.
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