Sindicato de jornalistas lança manual contra censura na EBC
Entidade
aponta aumento de "denúncias de perseguições” praticadas na Empresa Brasil
de Comunicação no governo Bolsonaro.
Por Rafael Tatemoto - Brasil de Fato
Por Rafael Tatemoto - Brasil de Fato
28/09/2019
O
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal lançou um “minimanual para combater a censura na EBC [Empresa
Brasil de Comunicação]”. Segundo a entidade, o documento – divulgado na
quinta-feira (26) – tem como objetivo ser um “instrumento de proteção dos
jornalistas da empresa pública”.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
A
motivação do sindicato foi o “aumento nas denúncias de perseguições ao conteúdo
jornalístico produzido por repórteres e editores por parte da direção” da
empresa e a “imposição de governismo e de censura por parte de coordenadores e
chefes”.
Integrante
da diretoria do Sindicato e trabalhador licenciado da EBC, Gésio Passos afirma
que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem promovido uma série de
constrangimentos aos profissionais da empresa, em uma escala inédita.
“A
situação da EBC acabou se agravando desde que o Bolsonaro assumiu. Com a
nova direção da empresa se intensificaram ações de censura, de governismo, uma
programação muito voltada para ações de governo. Muito maior que no
governo Temer, inclusive”, critica.
O
governo promoveu a fusão da TV NBR, de caráter governamental, e a TV Brasil, de
caráter público. A “confusão”, segundo Passos, impede jornalistas e editores de
promoveram a cobertura de temas relevantes, principalmente ligados a direitos
humanos, conforme o estabelecido pela lei que regula o funcionamento da
EBC.
Leia também: Jornalistas da EBC acusam censura em cobertura sobre o golpe de 1964
Jornalistas dos diversos veículos da EBC reclamam, por exemplo, de pautas sobre o aumento de feminicídios e sobre os dados do Atlas da Violência terem sido vetadas por chefias. A cobertura do caso Marielle Franco, reclamam outros, também sofreu tentativas de limitação. Segundo estimativa do Sindicato, cerca de 40% do jornal televisivo da EBC atende a demandas diretas do governo.
Jornalistas dos diversos veículos da EBC reclamam, por exemplo, de pautas sobre o aumento de feminicídios e sobre os dados do Atlas da Violência terem sido vetadas por chefias. A cobertura do caso Marielle Franco, reclamam outros, também sofreu tentativas de limitação. Segundo estimativa do Sindicato, cerca de 40% do jornal televisivo da EBC atende a demandas diretas do governo.
“Esse
minimanual foi uma demanda dos próprios trabalhadores. É um compêndio de
leis, para mostrar que o papel da EBC é atender a sociedade, e que o
jornalista tem dever de exigir que a pauta seja plural, que outros lados sejam
ouvidos, como prevê a lei. É um instrumento de constrangimento das chefias, que
vem promovendo censuras aos jornalistas”, diz.
O
minimanual compila dispositivos do Manual de Jornalismo da EBC, da lei que
criou a empresa, do Código de Ética Profissional da EBC e e do Código de Ética
dos Jornalistas.
Edição:
Rodrigo Chagas – Brasil de Fato
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