Desigualdade recorde: renda dos mais pobres cai e concentração de riqueza cresce, aponta IBGE
Dados
indicam que 10% da população com maiores rendimentos concentrou 43,1% da massa
de rendimentos, calculada em R$ 277,7 bilhões; os 10% com menor renda ficaram
com apenas 0,8%.
Por RBA
16/10/2019
No
ano passado, o 1% da população com maiores rendimentos recebeu o correspondente
a 33,8 vezes a remuneração dos 50% mais pobres, segundo o IBGE.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, a
diferença aumentou e atingiu nível recorde. O rendimento médio do primeiro
grupo foi estimado em R$ 27.744, enquanto o do segundo era de R$ 820, menos que
um salário mínimo.
Foto: José Cruz/Agência Brasil |
O
instituto apurou ainda interrupção de uma tendência de redução do índice de
Gini, que mede a desigualdade. No caso dos rendimentos, isso aconteceu de 2012
a 2015: de 0,540 para 0,524. Quanto mais perto de zero, maior a igualdade. Mas
a partir de 2016, ano do impeachment, o índice voltou a subir e atingiu 0,545
em 2018.
Segundo
o IBGE, os 10% da população com maiores rendimentos concentraram 43,1% da massa
de rendimento, calculada em R$ 277,7 bilhões. Já os 10% com menor renda ficaram
com apenas 0,8%. Aqueles 10% de maior rendimento ficaram ainda com fatia maior
do que a dos 80% com menor rendimento (41,2%). Apenas o rendimento do trabalho
– que corresponde a aproximadamente três quartos do rendimento total das
famílias – ficou em R$ 2.234, em média, acima de 2012 e abaixo de 2014.
O
índice de Gini para esse item foi de 0,509, novamente interrompendo tendência
de queda registrada até 2015. Entre as regiões, o indicador vaiou de 0,448
(Sul) a 0,520 (Nordeste). No Sudeste, o Gini subiu de 0,483 para 0,508 de 2015
até o ano passado.
O
rendimento médio de outras fontes, como aposentadorias, pensões, aluguéis e
programas de transferência de renda, atingiu R$ 1.479 em 2018. O item de maior
valor médio foi aposentadoria ou pensão: R$ 1.872. O IBGE apurou crescimento,
em todas as regiões, do total de pessoas com rendimento de aposentadorias ou
pensões, que soma 14,6% do total. Já o percentual de domicílios atendidos pelo
Bolsa Família caiu de 15,9%, em 2012, para 13,7%.
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