Após decisão do STF, defesa vai pedir soltura imediata de Lula
Corte
Suprema decide, por 6 votos a 5, posição contrária à prisão em segunda
instância e restaura dispositivo constitucional.
Por Crítica21 com
informações do Brasil
de Fato
07/11/2019
O
Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento das ADCs (Ações
Declaratórias de Constitucionalidade) sobre a prisão de réus em segunda instância,
nesta quinta-feira (7). Com isso, a pena após condenação em segundo grau não
pode mais ser executada, pela necessidade do trânsito em julgado, conforme
expresso na Constituição. A decisão desta quinta poderá resultar na soltura
de quase cinco mil pessoas detidas sem condenação em definitivo, entre elas o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que teve sua prisão forjada com base
em processo célere e conluio entre o Ministério Público e o juiz do caso.
Foto: Ricardo Stuckert |
Votaram
a favor da derrubada da prisão em segunda instância e em consonância com o
dispositivo constitucional os ministros Marco Aurélio de Mello, Rosa Weber,
Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli. Os votos
divergentes foram dos ministros Edson Fachin, Luiz Fux, Luis Roberto Barroso,
Alexandre de Moraes e Cármem Lúcia. O julgamento das ADCs havia começado em 23
de outubro e entrou na pauta desta quinta-feira com o placar em 4 a 3 pela
manutenção da prisão em segunda instância.
Em
nota divulgada logo após o encerramento da sessão, a defesa do ex-presidente
informou que, com base na decisão do STF, levará nesta sexta-feira (8) ao
juízo um pedido de soltura imediata de Lula. Pela lei, Lula já poderia ter
entrado no regime
semiaberto, mas recusou pedir a progressão de pena por entender que
isso feriria sua dignidade. "Quero que saibam que não aceito
barganhar meus direitos e minha liberdade”, afirmou Lula na ocasião.
Nesta
quinta, os advogados do petista, Cristiano Zanin Martins e Valeska
Martins, também afirmaram que vão reiterar a solicitação para que o
Supremo julgue os habeas corpus que pedem a nulidade do processo
alegando a "suspeição do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da Lava
Jato, dentre inúmeras outras ilegalidades".
Leia
o pronunciamento da defesa na íntegra:
O
julgamento das ADCs concluído hoje (07/11/19) pelo STF reforça que o
ex-presidente Lula está preso há 579 dias injustamente e de forma incompatível
com a lei (CPP, art. 283) e com a Constituição da República (CF/88, art. 5º,
LVII), como sempre dissemos.
Após
conversa com Lula nesta sexta-feira levaremos ao juízo da execução um pedido
para que haja sua imediata soltura com base no resultado desse julgamento do
STF, além de reiterarmos o pedido para que a Suprema Corte julgue os habeas
corpus que objetivam a declaração da nulidade de todo o processo que o levou à
prisão em virtude da suspeição do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da
Lava Jato, dentre inúmeras outras ilegalidades.
Lula
não praticou qualquer ato ilícito e é vítima de “lawfare”, que, no caso do
ex-presidente, consiste no uso estratégico do Direito para fins de perseguição
política.
Cristiano
Zanin Martins/Valeska T. Martins
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