Como foi a repercussão internacional da libertação do ex-presidente Lula
Lideranças políticas, personalidades e alguns dos principais jornais do mundo destacaram a
soltura do ex-presidente brasileiro.
Na edição deste sábado (9) o jornal português Público noticiou - com chamada na capa, na parte superior - a libertação do ex-presidente
brasileiro. Uma foto dele com o punho em riste ilustrou a chamada, com o seguinte título ao lado: Lula sai da
prisão: ‘Resisti ao lado podre do Estado brasileiro’.
Por Crítica21*
09/11/2019
A liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na tarde desta sexta-feira (8) foi destaque em alguns dos principais
jornais, TVs e sites de notícias do mundo. Também foi repercutida por diversos
líderes políticos e personalidades estrangeiras.
Foto: montagem/reprodução (NY Times, Público, Twitter A. Fernández, Granma, Instagram Maradona)
|
O jornal norte-americano The New York Times publicou uma foto do petista segurando uma bandeira com os dizeres “Lula é inocente”. O jornal destacou que a soltura do ex-mandatário pode
acirrar a polarização com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O jornal descreveu Lula como "carismático" e enfatizou sua
popularidade, citando políticas de inclusão social.
Já o site do jornal britânico The Guardian destacou
que Lula deixou a prisão depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal que
“alegrou apoiadores e enfureceu seguidores do presidente de extrema direita
Jair Bolsonaro”.
O veículo britânico lembrou das revelações
publicadas pelo site The Intercept Brasil sobre conversas que
demonstraram conluio entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da
operação Lava Jato para levar Lula à prisão.
O Guardian também destacou as pesquisas
que mostravam o ex-presidente à frente da corrida eleitoral do ano
passado, mas que sua prisão impediu a candidatura e abriu caminho para a
vitória de Bolsonaro.
Já o diário espanhol El País destacou o contexto em que Lula deixou a prisão. “A liberação de Lula tem uma repercussão política imensa num Brasil
muito polarizado. O ex-presidente e, colateralmente o Partido dos
Trabalhadores, é o assunto que mais divide aos seus compatriotas, ou o amam ou
o odeiam.”
Foto: reprodução/El País |
Na Rússia, a emissora Russia Today deu
destaque em sua página inicial para declaração de Lula: “Não pensei que hoje
poderia estar aqui falando”, com chamada para um vídeo. A iraniana HispanTV divulgou
foto de Lula com os petistas Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, com trecho do
discurso do ex-presidente, em que critica o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro.
América Latina
Veículos de comunicação de vários países latino-americanos também deram destaque à liberdade de Lula. Na Argentina, o jornal Página/12 fez uma ampla cobertura da saída de Lula do cárcere, com notícias da mobilização popular em frente à sede da PF e artigos com a análise da situação política do Brasil.
Foto: reprodução/Página/12 |
Já o Clarín destacou, em sua página inicial na internet, a manchete “Lula da Silva foi liberado após 580 dias preso por corrupção”. O jornal publicou que “o líder histórico da esquerda saiu sorridente da sede da Polícia Federal e foi rodeado de uma multidão de partidários que o aclamava”.
O
portal argentino Tiempo intitulou “Lula Livre já é uma realidade” e enfatizou a presença de centenas de pessoas à espera do líder petista em frente
à sede da superintendência da Polícia Federal de Curitiba.
Já o jornal cubano Granma reservou a manchete para
anunciar a liberdade de Lula, destacou o fato como "triunfo dos povos, da solidariedade e da verdade", além de abordar os primeiro momentos do petista solto, o agradecimento dele aos integrantes da Vigília Lula Livre e o anúncio de caravanas por todo o
país.
As palavras do primeiro discurso de Lula ao sair da
prisão dividiram as manchetes sobre a crise política na Bolívia, no site do
jornal Cambio. “Não
prenderam um homem, prenderam uma ideia”, destacou o periódico.
A libertação de Lula também foi destaque nas emissoras
televisivas NTN 24 e TVN, no Chile. A CNN chilena
dedicou maior parte de sua página inicial aos protestos no país, mas noticiou
logo abaixo: “Lula da Silva sai da prisão após autorização da justiça
brasileira”.
A emissora venezuelana TeleSur destacou em sua
manchete uma declaração dada após saída da penitenciária: “Lula da Silva sai em
liberdade após 580 dias de prisão: não encarceraram um homem, e sim uma
ideia”. O site do veículo divulgou foto da filha de Lula, Lurian da Silva, que
comemorando a soltura do petista.
Maradona
O ex-jogador de futebol argentino e hoje treinador,
Armando Diego Maradona, comemorou no Instagram a soltura de Lula. Ele publicou nesta
sexta-feira (8) foto de uma das vezes em que esteve com o ex-presidente, com
a seguinte legenda: "Hoje se fez justiça".
Artistas estrangeiros também se manifestaram a favor de
Lula, como o ator da novela mexicana Rebelde, Alfonso
Herrera, e o ator estadunidense John Cusack.
Hollande e Anne Hidalgo
Ex-presidentes e políticos de vários países celebraram a liberdade de Lula. Na França, o ex-presidente François Hollande,
em mensagem no Twitter, destacou a restauração da liberdade do ex-presidente
brasileiro e afirmou que "o lugar de Lula não era na prisão".
Já a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, convidou o petista
para receber na capital francesa o título de Cidadão Honorário, que
recentemente lhe foi concedido: "É bom saber que o ex-presidente
brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser libertado. Espero por ele o
mais rápido possível em Paris, onde ele é Cidadão Honorário".
Bernie Sanders
O senador norte-americano Bernie Sanders - que é
pré-candidato a presidência dos EUA - também fez referência a Lula via Twitter.
O democrata defendeu o legado do ex-mandatário brasileiro: "Como
presidente, Lula fez mais do que ninguém para diminuir a pobreza no Brasil e
defender os trabalhadores." Bernie disse que ficou encantado com a
libertação de Lula, cuja prisão, segundo ele, "nunca deveria ter acontecido".
Mujica
Lideranças políticas da América do Sul também se
expressaram sobre a saída de Lula do cárcere. O ex-presidente uruguaio José
Pepe Mujica - eleito senador recentemente - enviou um vídeo à TeleSur em que
diz: "Nunca tive dúvida da integridade do Lula. O povo brasileiro recupera
alguém de que necessita para tratar de acabar com a intolerância que foi criada
nesses últimos anos".
Maduro
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, relembrou sua
relação com o ex-presidente brasileiro e celebrou a liberdade do petista.
"A verdade triunfou no Brasil! Em nome do povo venezuelano, expresso minha
mais profunda alegria pela libertação do meu irmão e amigo Lula,
que novamente estará nas ruas para liderar as causas justas dos
brasileiros e brasileiras. Viva Lula livre”, escreveu na sua conta no Twitter.
Fernández e Cristina
Recém-eleito presidente da Argentina, Alberto Fernández publicou nas redes sociais: “É comovente a fortaleza
de Lula para enfrentar esta perseguição. Sua firmeza demonstra não só o
seu compromisso, mas a imensidão que é esse homem”. Sua companheira
de governo, a vice-presidente Cristina Kirchner comemorou o término de
"uma das maiores aberrações de Lawfare da América Latina: a privação
ilegítima da liberdade do ex-presidente da República Federativa do Brasil, Luiz
Inácio Lula da Silva”.
Correa e Zelaya
O ex-presidente do Equador, Rafael Correa, publicou um vídeo com a seguinte mensagem: “Um abraço,
querido Lula. És exemplo e inspiração para todos nós. Os dias dos traidores
estão contados. Até a vitória, sempre!”. O ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya - deposto depois de um golpe parlamentar -, festejou dizendo que
“a voz do povo é como a voz de Deus: tarda, mas não esquece”.
Zúñiga
Também se expressou sobre a libertação de Lula o subsecretário
para América Latina e Caribe do governo do México, Maximiliano Reyes
Zúñiga. “Estamos felizes com a decisão da justiça brasileira que hoje
determinou a liberdade do ex-presidente Lula, após a decisão adotada pelo
Supremo Tribunal Federal.”
Outros que celebraram a soltura de Lula foram o ex-presidente
do Paraguai, Fernando
Lugo, o candidato presidencial uruguaio pela Frente Ampla, Daniel Martinez, e o presidente de Cuba, Miguel Diáz-Canel
Bermúdez.
*Com informações do Brasil de Fato, Opera Mundi, BBC Brasil, Carta Capital e Revista Fórum
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