Golpe de Estado: Evo renuncia diante de atos violentos e pressão das Forças Armadas
Presidente boliviano destacou que a renúncia
é pela busca de pacificação; vice-presidente Garcia Linera também deixou cargo.
Por Brasil de Fato
Evo Morales havia anunciado, na manhã deste domingo, a convocação de novas eleições. O comunicado foi feito ao lado de organizações sociais no hangar presidencial, na cidade de El Alto. Nas últimas duas semanas, a violência se intensificou no país após o candidato opositor Carlos Mesa não aceitar o resultado que reelegeu Morales. O mandatário também anunciou mudanças no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Antes de renunciar, Evo havia convocado novas eleições; mas direita manteve radicalização, com apoio das Forças Armadas. Foto: ABI/Fotos Públicas |
10/11/2019
Após comunicado das Forças Armadas da Bolívia, que pediu
a renúncia do presidente, Evo Morales anunciou a saída do governo, na tarde deste
domingo (10). “Conspiram contra a democracia. Tenho obrigação de buscar a
paz”, disse. Ao
encerrar o pronunciamento, falou sobre o compromisso com as populações mais
humildes e que continuará com este propósito. "Vamos seguir lutando como
sempre fizemos."
O vice-presidente Álvaro Garcia Linera também renunciou.
“Policiais perseguiram campesinos. Famílias de trabalhadores foram intimidadas,
sequestradas, suas casas queimadas, roupas destruídas”, descreveu. Ele destacou
a lealdade a Evo. “Sou um vice-presidente leal a nosso presidente indígena e
campesino”, declarou.
Evo Morales havia anunciado, na manhã deste domingo, a convocação de novas eleições. O comunicado foi feito ao lado de organizações sociais no hangar presidencial, na cidade de El Alto. Nas últimas duas semanas, a violência se intensificou no país após o candidato opositor Carlos Mesa não aceitar o resultado que reelegeu Morales. O mandatário também anunciou mudanças no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Decidi, em primeiro lugar, renovar todos os membros do Tribunal
Superior Eleitoral; nas próximas horas a Assembleia Legislativa Plurinacional,
de acordo com todas as forças políticas, estabelecerá os procedimentos para
isso; segundo, convocar novas eleições gerais que, por meio da votação,
permitam eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos
atores políticos ”, afirmou o presidente.
Evo Morales e Álvaro García Linera foram reeleitos com 2,8 milhões de votos e mais de dez pontos percentuais de diferença em relação
ao segundo colocado, Carlos Mesa, no pleito de 20 de outubro. O setor mais
radical da oposição queria forçar a realização de um segundo turno. Morales
aceitou uma auditoria dos resultados e convidou a Organização dos Estados
Americanos (OEA), Paraguai, México, Espanha e as Nações Unidas para acompanhar
o processo de revisão.
Edição: Camila Maciel - Brasil de Fato
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