Megaigrejas continuam abertas e dizem que fé cura coronavírus
Templos que recebem milhares de pessoas por
culto planejam inclusive esquema de plantão para atender “os aflitos”.
Arte: Bruno Fonseca e Larissa Fernandes/Agência Pública |
Apesar das reiteradas recomendações dos órgãos de saúde
para que se evite contato social e aglomerações para não disseminar o
coronavírus, algumas igrejas evangélicas e também megaigrejas como a Universal
do Reino de Deus de Edir Macedo, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo de
Silas Malafaia e a Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago —
todas com milhares de templos espalhados pelo país e cujas sedes têm capacidade
para 10 mil pessoas, 6 mil pessoas e 15 mil pessoas, respectivamente, seguem
abertas e com alguns cultos cheios.
Segundo apurou a Agência Pública, outras igrejas
evangélicas de grande porte como a Sara Nossa Terra, a Renascer em Cristo e a
Quadrangular do Poder de Deus recomendaram aos fiéis que assistam os cultos online
mas ainda assim seguem de portas abertas. Uma funcionária da Mundial do Poder
de Deus — cuja sede chama “Cidade Mundial dos Sonhos de Deus” — disse por
telefone que a igreja seguia com a programação normal e que “quem tem fé em
Deus tá protegido”. Apesar da declaração em vídeo do presidente da Convenção
Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), José Wellington Junior,
orientar higiene e cuidado para evitar a propagação do vírus, um homem que
atendeu o telefone na sede da CGADB, e que se identificou como irmão Paulo,
informou que as igrejas seguem abertas, com a higiene reforçada, e que os
cultos estão ocorrendo normalmente. Segundo ele, as maiores igrejas da
Convenção têm capacidade para cerca de 6 mil pessoas. “A igreja precisa estar
presente, nós somos o povo de Deus”, explicou irmão Paulo.
Igreja Mundial do Poder de Deus segue com as atividades normais. Foto: reprodução |
Na linha de frente da resistência ao isolamento, o pastor
e líder da igreja pentecostal Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas
Malafaia, que tem mais de 1 milhão e 400 mil seguidores no Twitter, tem se
pronunciado frequentemente por meio das suas redes sociais dizendo que não
fechará suas igrejas a não ser com ordem judicial. Malafaia tem criticado
pastores que têm optado por fechar as portas por conta da pandemia e encorajado
seus fiéis a “não terem medo”.
Coronavírus X Coronafé
“A Igreja Universal mantém-se aberta”, anunciou o
porta-voz da instituição, bispo Renato Cardoso, em comunicado oficial
intitulado: “A Universal e o coronavírus”, divulgado na última terça-feira (17)
nas redes sociais. A igreja comandada pelo bispo Edir Macedo avisou que não vai
suspender os cultos e que irá abrir os templos para oração ao longo de todo o
dia com pastores de plantão.
“A partir das nove horas da manhã, da primeira reunião,
até a última reunião da noite e todos os horários intermediários nós estaremos
abertos para você entrar, fazer suas orações, ir até o altar, apresentar a sua
oferta, o seu voto, o seu dízimo, a sua oração, as suas preces, os seus pedidos
pelos seus familiares e se quiser conversar com o pastor, os pastores estarão
de plantão para ajudar. Não somente aqui no Templo de Salomão, como em todos os
templos da Igreja Universal do Reino de Deus em todo o Brasil”, afirmou no
vídeo publicado Renato Cardoso, que é genro de Edir Macedo.
Na última sexta-feira (13), o governador de São Paulo,
João Doria (PSDB) determinou, por meio de um decreto, a suspensão de eventos
com mais de 500 pessoas. No domingo, no entanto, o culto das 9h30 no Templo de
Salomão, capaz de abrigar quase 10 mil pessoas, estava cheio.
A Universal divulgou, na segunda-feira (16), as
providências que irá adotar para evitar o contágio pelo coronavírus em seus
templos: “antes de entrar no culto, é oferecido ao visitante álcool em gel ou
água e sabão para lavar as mãos; dentro dos templos, as pessoas são orientadas
a se sentarem distantes umas das outras, mantendo pelo menos uma ou duas
cadeiras vazias entre si; serão evitadas orações com imposição de mãos; também
recomendamos que as pessoas idosas com saúde fragilizada permaneçam em casa”,
anunciou.
Apesar do discurso, a realidade é diferente. Na manhã de
quarta-feira (18) a reportagem ligou para o Templo de Salomão, sem se
identificar, questionando se estavam limitando o número de pessoas nos cultos.
“Hoje está normal”, respondeu o pastor Rodrigo. “Se foi divulgado (o comunicado
da igreja), não chegou até o meu conhecimento, mas creio que daqui para essa
semana, Deus vai pôr as mãos no nosso Brasil, mas não só em nosso Brasil, mas
em todo o mundo”, pregou ao telefone. Segundo ele, os fiéis estão lavando as
mãos antes de entrar nas reuniões, recebem o álcool em gel e são orientados a
manter a distância entre as cadeiras.
Na Catedral Mundial da Fé, sede da Universal no Rio de
Janeiro, segundo estado com mais casos confirmados do coronavírus, a conversa
foi a mesma. Lá, de acordo com o pastor Ronaldo, também continua “tudo normal”.
“Isso aí é só a proteção de Deus. Vamos colocar assim, a senhora tem que
trabalhar com dinheiro, se a senhora pegar uma nota, se a senhora não tiver a
proteção de Deus, até com aquela cédula o vírus entra”, observou. “Então, tem
que ter a proteção de Deus, a senhora vai entrar, vai colocar a mão no
corrimão, então tem que crer em Deus”, acrescentou.
Antonieta dos Santos, de 55 anos, que frequenta o Templo
de Salomão semanalmente, e mora com os filhos, o marido e a mãe de 90 anos em
Itaquera, zona leste de São Paulo, diz que está tomando algumas precauções como
lavar as mãos e as roupas quando chega em casa antes de se aproximar da mãe
idosa e que não acha tão perigoso continuar a rotina. “Lá na igreja eles estão
cautelosos. Pra mim foi uma grande surpresa eles terem lá recipientes gigantes,
como se fosse uma taça de champanhe gigante, nessa taça você lavava as suas
mãos e na outra taça jogavam água nas nossas mãos, aí já tinha uma outra pessoa
na nossa frente com álcool em gel”, relata Antonieta, que diz estar ciente do
risco, ainda mais por ser diabética e hipertensa mas afirma que se a igreja
continuar aberta, vai frequentar os cultos.
Sua filha, Tainá Campos, de 19 anos, que não costuma
frequentar o Templo mas que por conta da liberação das aulas foi com a mãe na
segunda-feira (16), conta que o pastor começou a pregação fazendo uma oração
para acabar com o coronavírus, “Disse que deveríamos ter cuidado e precaução,
mas pra gente não perder a fé e não deixar de ir à igreja, não falou de nenhuma
medida de prevenção.”
O Templo de Salomão tem capacidade para quase 10 mil pessoas. Foto: Demétrio Koch |
Medidas insuficientes
Para o epidemiologista e professor do Instituto de
Medicina Tropical da USP, Expedito Luna, não é suficiente restringir os cultos
a menos pessoas ou fazer esquema de plantão. Ele explica que a transmissão da
doença pode ocorrer tanto por contato com pessoas infectadas, como também em
superfícies que tenham o vírus — ou seja, ao tocar onde uma pessoa contaminada
tocou.
Luna ressaltou que as pesquisas estão mostrando que o
coronavírus é capaz de sobreviver por algumas horas em algumas superfícies,
como plástico e metal, por exemplo. “Existe a permanência do vírus, isso
demandaria de um local público, como os hospitais estão fazendo, a limpeza a
cada pessoa. Exigiria das igrejas a higienização muito frequente — o que só
deve ser utilizada em situações extremas. No hospital a pessoa está doente, de
coronavírus ou de outras coisas, não pode evitar estar ali, então vai se usar
esse tipo de medida. Acho que as igrejas não devem ser tratadas de forma
diferente de um cinema, de uma escola. Qual a diferença?”, questiona o
epidemiologista. “São aglomerações de pessoas desnecessárias e que poderiam ser
evitadas”, acrescentou.
A pernambucana Rosivandi Alves, evangélica de 31 anos,
moradora de Jaboatão dos Guararapes e frequentadora da Assembleia Novas de Paz
— ministério ligado à deputada estadual paulista Clarissa Tércio (PSC) – também
diz que vai continuar a frequentar os cultos normalmente. Além de um bebê de
três meses, Rosivandi tem uma mãe idosa que não mora com ela e três filhos de
12 e 5 anos.“Conforme a orientação do pastor, a gente não vai parar. O templo
está lotado, graças a Deus. É só um cumprimento da palavra do senhor, tá
escrito na Bíblia que isso ia passar e ia pegar muita gente de surpresa aqui na
terra. E a gente tá aqui, indo frequentemente, nas quartas, nos domingos. E
para honra e glória do Senhor tá indo tudo bem”, diz. Rosivandi ainda cita o
Salmo 91, que fala que “‘aquele que habita no esconderijo do altíssimo… Que nem
uma praga chegará a nossa tenda’ então, pra que a gente temer se existe um Deus
no céu, grande e poderoso que pode livrar? E ele (o pastor) tá sempre alertando
os cuidados em casa, a gente que tem mãe idosa, filhos pequenos. O álcool em
gel, lavar as mãos. Aqui tá todo mundo sob controle da palavra do senhor. Hoje
tem vários ciclos de oração. O senhor tem falado que vai cuidar. Vai dar um
basta nesse coronavírus”. Segundo Rosivandi, o culto do último domingo tinha mais
de 600 pessoas. “Agora, como estão dando recesso, férias, as pessoas estão indo
mais”.
Coronadúvida
Edir Macedo tem pregado aos seus seguidores que o
coronavírus só atinge quem não tem fé. “Veja só, todo mundo está falando no
coronavírus e o mundo inteiro está ajoelhado diante dessa maldição, dessa praga
chamada coronavírus. Muitas pessoas estão internadas, muitas pessoas estão em
quarentena e o pior, a maioria das pessoas — porque no planeta são 7,5 bilhões
de pessoas e morreram algumas milhares de pessoas com essa praga — mas, o pior
de tudo é que a maioria das pessoas não sabe que a maior praga não é a
coronavírus, é a coronadúvida e para você enfrentar o coronavírus, que é a
coronadúvida, você que está ileso do coronavírus, você tem que estar com o
antídoto que é chamado de coronafé”, afirmou o líder da Universal em vídeo
publicado em seu Instagram.
Coronafé, explicou, “é aquela confiança, aquela certeza
de que Deus está contigo e que ele nunca, jamais, em tempo algum vai falhar com
aqueles que nele tem crido, naqueles que têm depositado a sua fé nele. A
coronafé é para apenas aqueles que creem com toda as forças, de toda a sua
alma, de todo o seu coração, de todo o seu pensamento, naquilo que está escrito
na palavra de Deus”.
O líder da Igreja Universal do Reino de Deus também
chegou a publicar um vídeo em que diz que o coronavírus não passa de uma estratégia
de Satanás e da mídia para induzir as pessoas ao pânico. “Meu amigo e minha
amiga, não se preocupe com o coronavírus. Porque essa é a tática, ou mais uma
tática, de Satanás. Satanás trabalha com o medo, o pavor. Trabalha com a
dúvida. E quando as pessoas ficam apavoradas, com medo, em dúvida, as pessoas
ficam fracas, débeis e suscetíveis. Qualquer ventinho que tiver é uma pneumonia
para elas”, afirmou. A publicação foi apagada pelo bispo depois que o
patologista Ben Schmidt excluiu o depoimento que publicara no Youtube. Edir
Macedo havia usado o testemunho do especialista para amenizar a gravidade da
pandemia.
Outro significado dado ao coronavírus pela Universal é o
de que ele é o anúncio do fim dos tempos. “O que significa o coronavírus diante
da palavra de Deus? Jesus falou sobre o princípio das dores. Ele disse que a
terra vai pegar fogo, mas se a terra vai pegar fogo, saiba de uma coisa,
coronavírus é só uma faísca. Eu não falo isso para colocar medo não. Eu falo
isso para você se inteirar do que as profecias estão falando a respeito do
final dos tempos”. Com essa declaração, o bispo Renato Cardoso encerrou o
comunicado sobre a “Universal e o coronavírus”. O tema também foi abordado por
ele no culto das 20 horas, “Escola da fé inteligente”, realizado na
quarta-feira (18), no Templo de Salomão.
Sacrifício contra a praga e a coroa do diabo
Algumas megaigrejas como a neopentecostal Renascer em
Cristo mudaram o posicionamento ao longo desta semana e, como outras
evangélicas que já haviam se adiantado nas medidas de quarentena, passaram a
transmitir os cultos online – porém com os templos abertos e mantendo uma
escala de pastores e obreiros para receber pessoas. Mas no último domingo (15)
o casal fundador da Renascer Sônia e Estevam Hernandes, ainda presencialmente
na sede da Renascer em São Paulo, aproveitaram o momento durante o “Culto da
Superação” para pedir uma “oferta de sacrifício” a fim de evitar “a praga”.
Lendo o capítulo 12 do livro de Êxodo na Bíblia,
lembraram a passagem em que um anjo da morte levaria os primogênitos das casas
que não pertenciam ao povo de Deus e onde não houvesse o sangue de um cordeiro
macho oferecido em sacrifício, passado de forma específica nos batentes das
portas. No capítulo, Deus dá ao povo instruções precisas de que cordeiro
escolher, como fazer o sacrifício e como passar o sangue na casa. “Não é aquilo
que você quer dar, é o que Deus quer receber”, enfatiza a bispa neste vídeo, na
pregação de arrecadação de dízimos e ofertas. “Naquela noite vai passar uma
praga em que todos os primogênitos vão morrer mas o sangue da oferta vai ser um
sinal na sua casa”, pregou. Se referindo a Deus falando ao povo e entregando
peças douradas nas mãos das pessoas que se colocam diante do palco, ela
acrescenta: “Cobrindo meu altar de oferta eu saio e luto a tua guerra com a
arma que você não tem. Eu te defendo. Sua empresa está bloqueada? Faz a Mezuzah
do Santuário, divide em 10 vezes (…) faz um desafio com Deus, você pode fazer
um desafio de mil reais, de R$ 300, você pode cobrir sua casa especificamente
contra essa praga”. A bispa se refere ao pagamento de cerca de R$ 1.500 que
podem ser divididos em um carnê mensal que dá direito a orações e, a partir da
terceira parcela, a uma réplica da Mezuzah, artefato dourado usado pelos judeus
nas portas das casas como símbolo de aliança e proteção. É importante manter o
pagamento em dia para garantir a proteção e também que a oferta seja de fato um
sacrifício para o fiel, algo que realmente custe.
Em um culto cheio na sede da Igreja Internacional da
Graça em São Paulo em 11 de março, o missionário RR Soares afirmou que “não é
para o povo de Deus ficar com medo desse vírus que tá vindo por aí chamado
coronavírus” e que “ele é a coroa do diabo mas nós temos a coroa de Jesus sobre
nós. A profecia no Apocalipse diz que vai chegar o tempo em que a terça parte
das pessoas vão morrer mas não tá nessa época ainda não (…) Seja coroa de onde
for nós vamos amarrar em nome de Cristo e mandar embora. Nós não podemos ter
medo de jeito algum”. A igreja de RR Soares tem mais de 5 mil templos
espalhados por diversos países.
Ilustração publicada na página da Igreja Internacional da Graça de Deus. Foto: reprodução |
O próprio presidente Jair Bolsonaro – que por várias
vezes minimizou a gravidade da pandemia – instigado por uma comitiva de
evangélicos que o aguardava junto ao Palácio do Planalto no dia 17 de março,
“profetizou contra o coronavírus”. No vídeo Bolsonaro pede a um pastor que ore
para que o povo “não entre em pânico porque esse problema vai passar”. Então
todos cantam: “Vem com Josué lutar em Jericó e as muralhas ruirão” e ao final,
todos, inclusive Bolsonaro, dizem juntos: “Nós profetizamos a extinção do
coronavírus no Brasil”.
As igrejas estão perdoadas
As igrejas têm passado imunes às recomendações dos
governos estaduais e do Ministério da Saúde para suspender eventos com grande
aglomeração de pessoas. As autoridades estão se esquivando de determinar o
fechamento das igrejas, apesar do grande potencial de propagação da doença que
elas têm.
Dos 20 estados com casos confirmados de pessoas
contaminadas com o coronavírus até quarta-feira (18), nenhum determinou o
fechamento das igrejas, alegando que elas entram nas recomendações gerais sobre
aglomerações. Não menos importantes, no entanto, já existem medidas nesse
sentido para bares, restaurante, shopping centers e academias.
O governo de São Paulo, por exemplo, anunciou na
quarta-feira, o fechamento de todos os shopping centers e academias de
ginástica da capital paulista e região metropolitana até o próximo domingo. No
mesmo dia, a prefeitura proibiu o funcionamento do comércio a partir desta
sexta-feira. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) também assinou
na quarta-feira um decreto determinando o fechamento de bares, restaurantes,
academias, clubes e qualquer estabelecimento de acesso público que aglomere
mais de 10 pessoas em Belo Horizonte. Os alvarás de funcionamento dos
empreendimentos serão suspensos.
O governo do Distrito Federal suspendeu o funcionamento
de boates, casas noturnas, shoppings, clubes e feiras populares, cinema e
teatro. A sede da Igreja Universal do Distrito Federal informou que está
seguindo as orientações do estado e restringindo o número de pessoas nos
cultos, mas se mantém de portas abertas.
Em Pernambuco, de acordo com a assessoria de comunicação
do governo do Estado, o governador Paulo Câmara (PSB) conversou com o arcebispo
Dom Fernando Saburido e com representantes de outras igrejas para respeitarem o
decreto que proibiu a realização de eventos com concentração superior a 50
pessoas. “Nesta terça-feira (18), o governador e o procurador-chefe do
Ministério Público Estadual, Francisco Barros, estiveram reunidos com a ampla
maioria dos prefeitos do Estado para discutir a pandemia, e um dos pontos de
pauta foi a questão das igrejas. Os prefeitos concordaram em fiscalizar suas
respectivas cidades e articular com os líderes”, informou a assessoria do
governo de Pernambuco, por meio de nota.
O pastor Cristiano, da sede da igreja Universal em Belo
Horizonte, garantiu que a igreja não será afetada. “Estamos funcionando normal.
Não estamos restringindo ninguém, está tudo normal. A única coisa que mudou é
que está passando álcool em gel na entrada”, reforçou.
Até quarta-feira, a agenda da sede da Igreja Universal em
Pernambuco estava funcionando normalmente, mas com número de pessoas restrito.
“Você chega e recebe um número de inscrição”, contou a atendente à reportagem.
Silas Malafaia voltou a afirmar nesta quinta-feira (19)
em vídeo publicado em seu canal no YouTube, que não vai diminuir o número de
cultos nem fechar igrejas durante a pandemia. Desafiou os governadores e
prefeitos das cidades onde tem templos a procurarem a justiça e “pegar uma
liminar” se quiserem que fechem as portas. Na última terça-feira, na sede
lotada de sua Igreja no Rio de Janeiro, chamou ainda líderes evangélicos que
estão criticando sua resistência às recomendações do Ministério da Saúde de
“profetas do caos”.
No dia 18, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso
Nacional emitiu nota pedindo a reabertura dos templos para enfrentar o que
chamou de “pandemia maligna”. “Sabemos que a Igreja é lugar de refúgio para
muitos que se acham amedrontados e desesperados. Por isso, neste momento de
tanta aflição, é fundamental que os templos, guardadas as devidas medidas de
prevenção, estejam de portas abertas para receber os abatidos e acolher os desesperados”.
Colaboração: Mariana Correia
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