Protestos contra Bolsonaro viralizam nas redes e panelaços se espalham pelo país
Pelo segundo dia consecutivo, presidente foi
alvo de manifestações em diversas cidades brasileiras.
Bairros de periferia da Zona Sul e da Zona Leste de São Paulo também aderiram, entre eles a comunidade de Heliópolis, maior da cidade. Em Brasília, Ceilândia, Samambaia, regiões que foram criadas a partir de assentamentos e moradias populares, registraram muitas manifestações.
Por Nara
Lacerda - Brasil de Fato
18/03/2020
O movimento que começou nesta terça-feira (17) em algumas
cidades brasileiras tomou corpo novamente nesta quarta (18) e diversas
regiões registraram panelaços contra o governo de Jair Bolsonaro (sem
partido). No Twitter a expressão "Fora Bolsonaros" ficou em
primeiro lugar entre os assuntos mais comentados mundialmente. Na lista
dos dez temas mais mencionados na rede social no Brasil estava também a
expressão "Panelaço Contra Bolsonaro".
Projeção em São Paulo mostra Bolsonaro confuso com máscara de proteção. Foto: reprodução |
As reações da população são uma resposta à postura do
capitão reformado diante da crise do coronavírus. Enquanto a área de saúde do
governo divulga ações e alertas diários sobre a propagação da doença no país, o
presidente vinha minimizando o tema. Desde a semana passada, Bolsonaro tem
afirmado em diversas declarações que a reação ao vírus tem caráter histérico.
Ele condena também as recomendações para que a população
evite aglomerações. No domingo (15) foi a um protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal sem máscara, cumprimentou manifestantes com apertos de mão e tirou fotos.
Em São Paulo alguns bairros, como Barra
Funda, Higienópolis, Consolação, Bela Vista e Santa Cecília, tiveram manifestações
por mais de meia hora. Pelo menos dez bairros da cidade registraram protestos
e, em alguns deles, os manifestantes tocaram instrumentos e fizeram projeções
em prédios. Em Santa Cecília, uma foto do presidente usando máscara de proteção
de maneira equivocada foi projetada.
Bairros de periferia da Zona Sul e da Zona Leste de São Paulo também aderiram, entre eles a comunidade de Heliópolis, maior da cidade. Em Brasília, Ceilândia, Samambaia, regiões que foram criadas a partir de assentamentos e moradias populares, registraram muitas manifestações.
No Rio de Janeiro (RJ) as favelas da Rocinha e do Vidigal
não só bateram panelas, registraram também vizinhos tocando músicas de
protesto.
Em Brasília (DF), regiões de classe média também
registraram protesto, entre elas está Águas Claras, reduto bolsonarista em que
o presidente teve votação expressiva nas eleições. Na capital paranaense,
Curitiba (PR), onde mais de 70% da população votou em Bolsonaro, a região
central também foi tomada por panelaços e gritos.
Além disso, em outras cidades também ocorreram protestos,
como Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Belém (PA),
Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Aracaju (SE), Florianópolis (SC),
Vitória da Conquista (BA), Taboão da Serra (SP), Vitória (ES), Juiz de Fora
(MG), entre outras.
Edição: Rodrigo Chagas – Brasil de Fato
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