Bolsonaro autoriza redução ou suspensão de até 70% do salário durante pandemia
Decisão faz parte do pacote de medidas
econômicas contra os impactos da Covid-19.
Por Brasil de Fato
02/04/2020
O governo de Jair Bolsonaro autorizou, novamente, a
suspensão do contrato de trabalho e do pagamento de salário, por meio da Medida
Provisória (MP) 936, publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira
(1).
Bolsonaro com o ministro da Economia Paulo Guedes em entrevista coletiva nesta quarta-feira (1º). Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Fotos Públicas |
A medida institui o Programa Emergencial de Manutenção do
Emprego e da Renda. A decisão faz parte do pacote de medidas econômicas
adotadas para o combate aos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus.
A nova regra permite que o empregador suspenda totalmente
salários e jornadas por até dois meses ou em 25%, 50% ou 70% durante três
meses. Em todos os casos, o trabalhador recebe em parte ou integralmente
o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda.
Em caso de suspensão do contrato, será pago o valor
integral do seguro-desemprego que o trabalhador teria direito. Caso venha a se
tratar de redução da jornada de trabalho e de salário, o valor do benefício
será calculado com base na redução.
A medida poderá ser aplicada por meio de acordo
individual com empregados que têm curso superior e recebem até três salários
mínimos, ou seja R$ 3.135, ou mais de dois tetos do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS): R$ 12.202,12.
Para além dessas condições, o acordo deve ser feito
coletivamente entre trabalhadores e empregador. Caso empresa e empregado
decidam por uma redução menor que 25%, o trabalhador não receberá o benefício.
O programa foi anunciado nesta quarta-feira (1) pela
equipe econômica do governo em uma coletiva de imprensa. De acordo com a pasta,
a medida terá um investimento de R$ 51,2 bilhões para evitar que cerca de 12
milhões de brasileiros fiquem sem emprego.
A medida surgiu depois de uma outra decisão que previa a suspensão total do salário
e da jornada de trabalho sem nenhuma contrapartida do governo. Depois da
repercussão negativa, o governo decidiu revogar a medida.
Edição: Leandro Melito – Brasil de Fato
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