Israel: ministro da Saúde que definiu Covid-19 como ‘castigo divino a gays’ está com coronavírus
Litzman foi visto rezando nas casas de outros
membros de sua congregação, desobedecendo as recomendações do próprio Ministério
que comanda.
Por Redação Hypeness
Por Redação Hypeness
08/04/2020
Aos 71 anos, Yaakov Litzman, ministro da Saúde de Israel e
também líder do partido ultraortodoxo “Judaísmo Unido da Torá”, testou positivo
para Covid-19. O diagnóstico foi divulgado nesta terça-feira (7) pela
imprensa local e chamou atenção por causa de declarações anteriores de Litzman.
Durante um discurso, ele afirmou que o coronavírus “é um castigo
divino contra a homossexualidade”.
Yaakov (de barba) teve contatos próximos nos últimos dias com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (de pé). Foto: Haim Zach/GPO/Fotos Públicas |
Em 2016, Yaakov Litzman votou pela derrubada da permissão
de uniões civis homoafetivas. Ele também foi contra a legalização da
adoção de crianças por casais homossexuais e, ainda, contra a possibilidade de
parceiros do mesmo sexo de soldados israelenses mortos receberem os mesmos
benefícios de casais heterossexuais.
O ministro foi visto rezando nas casas de outros membros
de sua congregação, desobedecendo as recomendações do próprio Ministério da
Saúde que comanda: isolamento social e quarentena.
A esposa do ministro, Chava, também foi diagnosticada com
coronavírus. Os dois tiveram nos últimos dias contatos próximos com o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e vários outros altos
funcionários do governo.
Na semana passada, perguntado se as recomendações de
quarentena seriam derrubadas antes da Páscoa, ele disse: “Oramos e
esperamos que o Messias chegue antes da Páscoa. Tenho certeza de que Ele virá e
nos levará para fora, como Deus nos tirou do Egito. Em breve estaremos livres e
o Messias virá e nos salvará de todos os problemas do mundo”.
Primeira morte
Israel lamentou a sua primeira morte devido ao surto do
novo coronavírus no dia 22 de março. Aryeh Even tinha 80 anos, e era um
sobrevivente do Holocausto.
Sua morte já causou mudanças nos protocolos do país:
rituais funerários foram alterados para evitar a disseminação da doença, agora
limitados a até 20 pessoas, que precisam manter distância segura e medidas
sanitárias durante o evento.
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