SP registra a primeira morte por coronavírus em prisões
Preso de 67 anos, detido na Penitenciária 2
de Sorocaba, é a segunda morte por Covid-19 no sistema prisional; outro preso
morreu no Rio de Janeiro.
Foto: Ichigo121212/Pixabay |
Por Josmar
Jozino – Ponte Jornalismo
20/04/2020
O preso José Iran Alves da Silva, 67 anos, é a primeira
morte pelo novo coronavírus registrada no sistema prisional do estado de São
Paulo. Segundo a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária), do
governo João Doria (PSDB), o detento morreu neste domingo (19), na Santa Casa
de Misericórdia de Sorocaba, no interior do estado, onde estava internado desde
o último dia 9.
Silva estava preso desde 3 de maio de 2016 na
Penitenciária 2 de Sorocaba. Outros dois detentos do mesmo presídio tiveram o
teste confirmado para Covid-19, segundo o governo. Um está internado na Santa
Casa e outro no Hospital Regional de Sorocaba.
No último dia 9, Silva foi atendido na enfermaria do
presídio e apresentava um quadro febril e falta de ar. Ele foi encaminhado para
uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e depois removido para a Santa Casa da
cidade. Ainda segundo a SAP, os colegas de cela de Silva estão isolados e são
monitorados. A pasta informou também que, por precaução, suspendeu o banho de
sol na unidade prisional.
O governo disse que foram distribuídas máscaras de proteção
para os presos da Penitenciária 2 de Sorocaba, assim como nos demais presídios
do Estado.
O painel do Depen (Departamento Penitenciário Nacional),
do Ministério da Justiça e Segurança Pública, aponta 154 presos no país com
suspeita da doença e 60 casos confirmados, além de uma morte, ocorrida na última
quarta-feira (15) no Rio de Janeiro. No estado de São Paulo, os dados do Depen apontam
51 casos suspeitos e quatro confirmados.
Além de idoso, Silva sofria de hipertensão e também fazia
tratamento da próstata. Ele era considerado um paciente de alto risco.
Junqueirópolis
O medo de contrair coronavírus já é uma realidade no
sistema prisional paulista. Em Junqueirópolis (SP), presos escreveram cartas
pedindo socorro. Na mensagem, eles afirmam que o presídio recebeu detentos de
outras regiões e que têm receio de que algum recém-chegado possa estar
infectado. Na correspondência, os presos afirmam que, se houver uma
proliferação da doença na unidade prisional, nada poderá ser feito, pois o
presídio não tem recurso nem estrutura para cuidar dos doentes.
Alteração feita às 18h45 de 20/04/2020 pelo Crítica21
para atualizar os números do painel do Depen.
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