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Jornalistas são agredidos em ato pró-Bolsonaro e contra a democracia

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é marcado por socos e pontapés a profissionais da imprensa, em evento estimulado pelo presidente da República.

Por Crítica21 – com informações do Brasil de Fato
03/05/2020

Em mais um ato autoritário, o presidente Jair Bolsonaro arregimentou apoiadores para agredir o Congresso Nacional, o STF (Supremo Tribunal Federal) e a imprensa, neste domingo (3). E o ato antidemocrático na frente do Palácio do Planalto, em Brasília, resultou em chutes e socos a jornalistas e suas equipes por apoiadores de Bolsonaro. A manifestação ocorreu no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

Apoiadores de Bolsonaro insultam fotógrafo do Estadão após agressão física. Foto: reprodução

O fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, e o motorista de sua equipe, Marcos Pereira, foram os primeiros a sofrer violência, que depois se estendeu ao repórter da Folha de S. Paulo, Fabio Pupo, que tentou defender a dupla. O jornalista do Poder 360 Nivaldo Carboni também foi agredido fisicamente. Todos foram retirados do local por uma escolta policial e passam bem.  

Os ataques à democracia e as agressões aos profissionais da comunicação foram repudiados por juristas, políticos e entidades ligadas à imprensa. Para o deputado André Figueiredo, “é inadmissível a agressão por parte de militantes bolsonaristas à equipe do Estadão, principalmente no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. É a violência e a intolerância que vão ganhando força, cria de um presidente que ataca a democracia e se pauta pelo ódio e o autoritarismo”. 

‘Paciência’
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, também se pronunciou. “Os limites que existem são os da Constituição, e valem para todos, inclusive e sobretudo para o presidente”, afirmou, ao responder a uma fala do presidente sobre estar “no limite” e de ter acabado sua paciência.

Santa Cruz disse que chegou ao fim “a paciência da sociedade com um governante que negligencia suas obrigações, incita o caos e a desordem, em meio a uma crise sanitária e econômica”.

‘Inaceitável’
Em nota à imprensa, a ministra Carmen Lúcia, do STF, disse ser “inaceitável” e “inexplicável que, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, ainda tenhamos cidadãos que não entenderam que o papel da imprensa é que permite a nós sermos livres, e que garante a liberdade de expressão, sem a qual não há dignidade”.

Também ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmou em postagem no Twitter que “as agressões contra jornalistas devem ser repudiadas pela covardia do ato e pelo ferimento à Democracia e ao Estado de Direito, não podendo ser toleradas pelas Instituições e pela Sociedade”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também se manifestou. “Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror”.


ANJ
A Associação Nacional de Jornais (ANJ), em nota, condenou os ataques aos profissionais e afirmou que os agressores "atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa". Segundo a ANJ, “além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados”.

ABI
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também emitiu nota sobre as agressões aos jornalistas. "Esses atos violentos são mais graves porque não há, e parte do presidente ou de autoridades do governo, qualquer condenação a eles. Pelo contrário, é o próprio presidente e seus ministros que incentivam as agressões contra a imprensa e seus profissionais", destacou. 

Edição: Anderson Augusto de Zottis Soares - Crítica21 

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