Câmara dos EUA aprova impeachment contra o presidente Donald Trump
O republicano é o primeiro presidente norte-americano a sofrer dois processos de impedimento.
A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o processo de impeachment contra o presidente Donald Trump por incitação à violência nesta quarta-feira (13). No total, 232 congressistas votaram a favor do impeachment de Trump – incluindo dez votos de membros do Partido Republicano. Foram 197 votos contrários.
Foto: Casa Branca/Tia Dufour/via Fotos Públicas |
O primeiro pedido de impeachment acusou Trump de abuso de poder e obstrução do Congresso. Em 5 de fevereiro de 2020, o Senado absolveu o presidente das acusações.
Durante o longo debate realizado pelos congressistas, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, pediu a republicanos e democratas que "consultassem suas almas" antes de definirem o voto. Logo depois, invocou Abraham Lincoln e a Bíblia, implorando aos legisladores que mantivessem seu juramento de defender a Constituição e o país contra todos os inimigos, "estrangeiros e domésticos".
"Ele deve ir [embora]. Ele [Trump] é um perigo claro e presente para a nação que todos amamos'', afirmou Pelosi, de acordo com a AP.
Pouco antes do início da votação, Steny Hoyer, membro do Partido Democrata, pediu aos legisladores que rejeitassem "a sedição, a tirania e a insurreição" e votassem pelo impeachment de Trump "pela América, por nossa constituição, pela democracia, pela história".
Trump acompanhou a votação da Casa Branca, por uma televisão. Antes da sessão na Câmara, o presidente pediu que, caso as pessoas decidissem se manifestar, o fizessem "sem violência, sem violação da lei e sem vandalismo de qualquer tipo".
Do lado de fora da Câmara, a polícia manteve afastado do Capitólio um grupo de manifestantes contrário ao presidente Donald Trump.
Senado
fará decisão final sobre o impeachment
Depois de ter a aprovação da Câmara, o processo de impeachment segue agora para o Senado, que pode optar por confirmar o afastamento ou por absolver o presidente.
Segundo a AP, é improvável que a remoção de Trump do cargo aconteça antes da posse do presidente eleito Joe Biden, em 20 de janeiro. Uma fonte da agência, falando em nome do líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, disse que o julgamento no Senado não começará antes de 19 de janeiro.
Em uma carta enviada a colegas do Partido Republicano (que tem a maioria no Senado), McConnell disse que ainda não se decidiu sobre seu voto em relação ao afastamento de Trump. "Não tomei uma decisão final sobre como vou votar e pretendo ouvir os argumentos legais quando forem apresentados ao Senado", escreveu McConnell.
Diferente do que aconteceu em fevereiro de 2020, quando foi absolvido pelo Senado, Trump desta vez enfrenta o impeachment enfraquecido, poucos meses após perder a tentativa de reeleição.
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