Carreatas da esquerda e da direita pressionam por impeachment de Bolsonaro
Protagonista das manifestações deste domingo, o MBL apoiou a candidatura de Bolsonaro em 2018.
Setores da esquerda e da direita foram às ruas ao longo deste fim de semana em defesa do afastamento de Jair Bolsonaro (sem partido) da presidência. Devido à pandemia, os atos foram transformados em carreatas e contaram também com a participação de pessoas em bicicletas e motos.
Movimentos de esquerda ocuparam as ruas em pelo menos 15 estados no sábado (23). Foto: Guilherme Gandolfi/via Fotos Públicas |
A articulação pelo impeachment do presidente chama atenção por estimular mobilizações com o mesmo objetivo por parte de coletivos que estiveram de lados completamente opostos no cenário político dos últimos anos.
No sábado (23), os protestos chamados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem medo e outras dezenas de organizações se espalham por 15 capitais e diversas cidades brasileiras. A insatisfação contra o presidente levou a hashtag #ForaBolsonaro a aparecer entre os assuntos mais comentados do país nas redes sociais.
No domingo (24), movimentos de esquerda ocuparam a Praça dos Três Poderes, em Brasília, com aproximadamente 300 pessoas. Respeitando o distanciamento social, os manifestantes levantaram cartazes contra o presidente Bolsonaro denunciando a conduta do governo federal frente à pandemia.
Grupos de direita, que antes apoiavam Bolsonaro, agora querem sua saída da Presidência. Foto: MBL/divulgação |
Ex-apoiadores
A má gestão de Bolsonaro no combate ao coronavírus insuflou a desaprovação também entre setores da direita que em 2016 apoiaram o golpe que tirou Dilma Rousseff do Palácio do Planalto.
Após convocatórias dos grupos Vem pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL), centenas de pessoas vestidas de verde e amarelo fizeram carreatas em algumas cidades do país neste domingo (24), com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo. Foram realizados buzinaços e um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da pandemia.
Em São Paulo, de acordo com os organizadores, mais de mil carros participaram do protesto que saiu da Praça Charles Miller, onde fica o estádio Pacaembu, até a Avenida Paulista.
Contra o presidente, pesam as críticas em relação ao despreparo e má vontade política para combater o coronavírus, o repúdio e desrespeito aos familiares das vítimas fatais ao minimizar a pandemia, a campanha em defesa de medicamentos sem comprovação científica como a cloroquina e o envolvimento de pessoas próximas em casos de corrupção, como o filho Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz.
Família de Bolsonaro também foi alvo dos protestos. Foto: Guilherme Gandolfi/via Fotos Públicas |
Edição: Lucas Weber – Brasil de Fato
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