Brasil tem maior queda do PIB desde 1996 e deixa ranking das 10 maiores economias
O melhor resultado da série histórica foi em 2010: 7,5% de crescimento, no último ano do governo Lula.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, acreditava em queda do PIB inferior a 4%. Foto: Alan Santos/PR/Fotos Públicas |
O Produto Interno Bruto brasileiro (R$ 7,448 trilhões) caiu 4,1% em 2020, maior queda na série histórica do IBGE, iniciada em 1996. O PIB per capita, de R$ 35.172, também despencou (-4,8%), na maior retração em 24 anos. Já o consumo das famílias recuou 5,5%. Segundo o IBGE, esse tombo do PIB em 2020 se explica, entre outros fatores, pela deterioração do mercado de trabalho.
Entre os setores, apenas a agropecuária cresceu: 2%, com destaque para soja, café e milho. A indústria caiu 3,5% e os serviços, 4,5%. Nesse último, que tem maior peso na economia (70% do PIB), os serviços prestados às famílias tiveram queda de 12,1%. Na construção civil, a retração chegou a 7%.
O governo Bolsonaro já havia apresentado resultado pouco expressivo em 2019 – alta de 1,4%. O melhor resultado da série histórica foi em 2010: 7,5% de crescimento, no último ano do governo Lula. A queda do ano passado praticamente elimina os pequenos PIBs de 2017 a 2019, com alta acumulada de 4,6%. O resultado também contraria a previsão do ministro da Economia, Paulo Guedes, que acreditava em queda inferior a 4%.
Pandemia
“O resultado é efeito da pandemia de covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus”, afirma a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. “Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração.”
Fora
do top 10
Com o resultado do PIB de 2020, o Brasil deixou o grupo das 10 maiores economias do mundo. Caiu da 9ª para a 12ª posição. O ranking foi elaborado por Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, agência de classificação de risco.
— O Brasil entrou para o grupo das dez maiores economias mundiais em 2006, mas caiu para a 12ª posição em 2020, depois de 14 anos. Em 2019, o país ocupava o 9º lugar, mas no ano passado foi ultrapassado por Canadá, Coreia e Rússia — disse Agostini para o jornal O Globo.
Com informações da RBA e O Globo.
Edição: Anderson Augusto de Zottis – Crítica21
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