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Lula adota discurso de estadista e faz campanha pela vacinação; confira a íntegra da coletiva

Ex-presidente falou à imprensa após decisão que o tornou elegível; sobre as eleições de 2022, petista adotou cautela e defendeu unidade da esquerda.

Ex-presidente em coletiva no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Foto: Ricardo Stuckert/via Fotos Públicas

Por Crítica21
10/03/2021

Durante cerca de duas horas e meia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou à imprensa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, nesta quarta-feira (10). Foi a primeira vez que o petista fez discurso e respondeu a perguntas de jornalistas após a decisão do STF da última segunda-feira (8), que anulou todas os processos contra ele conduzidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da Lava Jato. 

Com os direitos políticos restituídos – incluindo a elegibilidade -, Lula falou de política nacional, eleições de 2022, vacinação contra covid-19, “desgoverno” de Bolsonaro, além de ter reforçado as críticas ao ex-juiz Sergio Moro e aos procuradores lavajatistas. 

Sobre uma possível candidatura sua, o petista preferiu adiar a decisão, mas defendeu a união da esquerda. “Nós vamos discutir se vai ter candidato de frente ampla, se vai ter um candidato do PT, mas aí é mais para frente. Nós temos muita coisa para fazer antes de pensar em nós mesmos.” 

O petista também comentou as chances de uma aliança para além do campo progressista. “Quando chegar o momento, vamos decidir se será possível uma candidatura única e se será possível alianças só na esquerda. Quando eu fui candidato em 2002, eu tive como vice o companheiro José Alencar, do PL. E foi a primeira vez nesse país que fizemos uma aliança entre o capital e o trabalho, para governar esse país”, disse. 

Polarização

Ainda de acordo com Lula, a polarização não deve ser encarada como um problema: “O PT polariza desde 1989. O PT sempre vai disputar as eleições para polarizar. Com Bolsonaro, com PSDB, não importa. Em qualquer circunstância, estaremos com a esquerda. Podemos polarizar com quem quer que seja, desde que seja de esquerda contra alguém de direita. Duro é quando era gente de direita contra outro de direita.” 

Lula criticou duramente a postura do governo e do presidente Jair Bolsonaro na condução da crise sanitária provocada pela covid-19. Ele aproveitou para dizer que vai se imunizar na semana que vem e que será um garoto propaganda da vacina. 

Foto: Ricardo Stuckert/via Fotos Públicas

"Você precisa tomar vacina e continuar utilizando máscara e álcool gel. Pelo amor de Deus, esse vírus, essa noite, matou quase duas mil pessoas. As mortes estão sendo naturalizadas, porque a gente ouve de manhã, de tarde e noite falando das mortes, então vai naturalizando na cabeça das pessoas, mas são mortes que poderiam ser evitadas se tivesse um governo que fizesse o elementar", afirmou. 

Lula disse não se importar de qual imunizante irá receber na semana que vem, podendo ser de qualquer país, "se é duas ou uma dose só, quero fazer propaganda para o povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente ou do ministro da Saúde, tome vacina, porque vacina é uma das coisas que pode livrar você da covid-19", afirmou. 

Repercussão

Nas redes sociais, o discurso de Lula foi bastante elogiado por políticos de diferentes partidos, inclusive da direita, por juristas e artistas. O ex-presidente foi apontado como estadista e gerou memes de comparação com o atual presidente. 

O jornalista Kennedy Alencar, em sua coluna no UOL, afirmou que “Lula demonstrou preparo para debater temas do país como um estadista. Ficou evidente o desejo de voltar à Presidência. E mostrou que sabe qual é o caminho para derrotar Bolsonaro, com críticas que foram aos pontos fracos do pior presidente da história do país.” 

Até a jornalista Míriam Leitão, uma das aliadas da Lava Jato, elogiou a postura do ex-presidente. "Lula falou como estadista, como candidato à presidência e com a experiência de quem já governou o Brasil", ponderou a articulista e comentarista do grupo Globo. 

Confira a cobertura da TVT, com o discurso e a entrevista na íntegra:

Com informações do Brasil de Fato e Opera Mundi.

Edição: Anderson Augusto de Zottis - Crítica21 

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