Ucrânia usa modelo fotográfica para encenações após ataque russo a maternidade, diz site
Nacionalistas ucranianos tomaram um hospital infantil para servir de base militar, segundo comunicado de diplomata russo.
Imagem publicada com destaque pela imprensa nacional e estrangeira. Foto: reprodução |
A mídia brasileira e estrangeira publicou fartamente notícias sobre um suposto ataque russo a uma maternidade em Mariupol, na Ucrânia. A agressão teria acorrido nesta quarta-feira (9) quando gestantes estariam em trabalho de parto, e o presidente do país, Volodymyr Zelensky, chegou a dizer que havia “crianças sob destroços”.
O comunicado do embaixador russo na ONU Dmitry Polyanskiy de que se tratava de notícia falsa foi ignorado pela mídia hegemônica e os jornalistas do Ocidente não se deram ao trabalho de checar, como fez o site Anti-Spiegel. Segundo o site, uma modelo fotográfica teria sido usada para encenar momentos dramáticos.
Logo após o ataque, o presidente ucraniano, protegido num bunker, correu ao Twitter: “Mariupol. Ataque direto de tropas russas na maternidade. Pessoas, crianças estão sob os destroços. Atrocidade! Por quanto tempo mais o mundo será um cúmplice ignorando o terror? Feche o céu agora mesmo! Pare com os assassinatos! Você tem poder, mas parece estar perdendo a humanidade”. Ele também publicou um vídeo do prédio vazio minutos após o bombardeio. Nele não há evidências de vítimas civis.
Sem verificação dos fatos, o secretário-geral da ONU António Guterres também publicou na mesma rede social que “o ataque de hoje a um hospital em Mariupol, na Ucrânia, onde estão localizadas as maternidades e as alas infantis, é horrível. Os civis estão pagando o preço mais alto por uma guerra que não tem nada a ver com eles. Essa violência sem sentido deve parar. Acabe com o derramamento de sangue agora”.
Em seguida, também no Twitter, o vice-embaixador da Rússia na ONU Dmitry Polyanskiy explicou: “Assim nascem fake news. Advertimos em nossa declaração de 7 de março que este hospital foi transformado em objeto militar por radicais. É muito perturbador que a ONU espalhe essa informação sem verificação”.
Mesmo com o comunicado oficial do governo russo de que a maternidade já não funcionava naquele prédio atingido, porque foi transformada em base militar de milícias nazistas ucranianas, a mídia pró-EUA ignorou o esclarecimento russo e não fez apuração jornalística que considerasse o contraponto, relatos de moradores reais e comprovação dos atos desumanos contra civis.
De acordo com informações do governo russo, o hospital não funciona desde o início da ofensiva, porque pacientes e equipes técnicas tinham sido dispersadas dali pelo Batalhão Azov, grupo abertamente neonazista. Os radicais ucranianos estrategicamente montam bases militares em hospitais, maternidades, escolas e em edifícios residenciais.
No momento do bombardeio ao prédio, portanto, não havia mulheres gestantes nem em trabalho de parto, tampouco crianças internadas. De acordo com checagem do site Anti-Spiegel, a imagem da mulher grávida na maca foi uma encenação com uma modelo fotográfica como se fosse uma sobrevivente do bombardeio. A mulher se chamaria Marianna Podgurskaya, uma blogueira que divulga seu trabalho no Instagram.
O Anti-Spiegel sustenta que o vídeo divulgado para causar comoção nas pessoas foi feito com qualidade técnica, com uso de câmera profissional com estabilizador. A checagem do site mostra a participação de Marianna em várias cenas do vídeo e também compara com fotografias em que ela apareceria caminhando ou representando outros papéis no episódio.
Nenhum comentário