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CIA tenta desviar foco sobre Biden no caso da sabotagem ao gasoduto russo, afirma jornalista dos EUA

Segundo Seymour Hersh, as publicações na mídia ocidental sobre os ataques ao Nord Stream são uma tentativa de concentrar a atenção em qualquer suspeito que não seja o presidente americano Joe Biden.

Vista aérea do vazamento de gás no trecho do gasoduto Nord Stream 2 perto da ilha de Bornholm, na Dinamarca, em 27 de setembro de 2022. Foto: Forsvaret Ritzau Scanpix/ Comando de Defesa Dinamarquês

12/04/2023 

"A Agência Central de Inteligência [CIA, na sigla em inglês] dos Estados Unidos está constantemente realizando operações secretas por todo o mundo, e em todas deve haver uma história de cobertura se as coisas correrem mal", escreveu o ganhador do Prêmio Pulitzer em seu artigo publicado no Substack. 

De acordo com Hersh, esta é uma prática usual para a CIA, pois "as coisas muitas vezes dão errado". "Em semanas após meu relatório [...] a agência produziu uma reportagem de cobertura e encontrou pessoas dispostas a isso no The New York Times e em duas importantes publicações alemãs", acrescentou. 

Os ataques ocorreram em 26 de setembro de 2022 simultaneamente nos dois gasodutos russo-alemães que transportavam gás natural russo para a Europa – o Nord Stream 1 e Nord Stream 2. A operadora dos gasodutos, a Nord Stream AG, informou que a situação de emergência nos gasodutos foi inédita e que o tempo de reparos não poderia ser avaliado. 

A Alemanha, a Dinamarca e a Suécia não descartam que tenha sido um ato de sabotagem e iniciaram investigações, ainda sem resultado. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a explosão dos gasodutos foi um óbvio ato de terrorismo. Já o Pentágono tem negado qualquer envolvimento dos EUA. 

Segundo a versão do jornalista norte-americano Seymour Hersh, os explosivos nos gasodutos foram plantados por especialistas estadunidenses, apoiados por mergulhadores noruegueses, sob a cobertura do exercício BALTOPS 2022 da OTAN, que decorreu em junho de 2022. Ele acredita que a operação foi realizada sob ordens diretas da Casa Branca. 

Recentemente, o New York Times noticiou, com base em dados de inteligência, que um grupo pró-ucraniano teria estado por trás da sabotagem dos gasodutos Nord Stream. O jornal alemão Die Zeit escreveu que os vestígios do ataque aos gasodutos apontam na direção da Ucrânia. 

‘Desinformação’

O Ministério Público Federal alemão confirmou à Sputnik que foram realizadas buscas em um navio alegadamente carregado com materiais para explodir o Nord Stream. No entanto, o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov chamou as publicações que apontam para o envolvimento da Ucrânia de "operação coordenada de desinformação". 

Ele expressou perplexidade quanto à capacidade das autoridades norte-americanas, mencionadas nas publicações, de fazerem suposições sobre ataques terroristas ao Nord Stream sem antes haver uma investigação. 

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