Com nova política de preços, Petrobras anuncia queda nos preços da gasolina e do diesel
Consumidor deve pagar litro da gasolina a R$ 5,20 e diesel, R$ 5,18; mercado financeiro reage bem às mudanças.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil |
Horas após anunciar mudança na política de preços dos combustíveis, a Petrobras confirmou quedas expressivas nos valores cobrados às distribuidoras. A partir desta quarta-feira (17), o preço médio de venda do litro do diesel cairá R$ 0,44, enquanto o litro da gasolina ficará, em média, R$ 0,40 mais baixo.
Os novos valores se referem à venda feita pela estatal às empresas que repassam o combustível aos postos. O diesel, que estava sendo comercializado a R$ 3,46 por litro, passa para R$ 3,02. Já a gasolina sai de R$ 3,18 para R$ 2,78.
Os preços finais aos consumidores dependem de outros fatores, como as misturas que são feitas para composição do combustível vendido nos postos, os lucros dos intermediários e impostos aplicados. Segundo cálculos da Petrobras, o consumidor final deverá passar a pagar, em média, R$ 5,18 pelo litro do diesel e R$ 5,20 pela gasolina.
"A redução do preço da Petrobras tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional", destacou a empresa em nota.
Nova política de preços
No início da manhã desta terça-feira (16), a estatal confirmou a mudança na política de preços de combustíveis praticados nas refinarias, colocando fim na paridade com o mercado internacional, adotada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB) e reforçada no mandato de Jair Bolsonaro (PL), que fez o Brasil ter um dos combustíveis mais caros do mundo enquanto pagava dividendos astronômicos a acionistas.
A partir de agora, a empresa deixa de se colocar obrigatoriamente alinhada aos preços praticados no exterior (e que tinham forte influência do câmbio, por exemplo), e vai considerar a participação da Petrobras em cada mercado e região onde a empresa atua. Além disso, serão consideradas "a otimização dos nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável", informou a empresa.
"Com essa estratégia comercial, a Petrobras vai ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. Vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país", disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates.
A Petrobras garante que a nova política de preços vai garantir a realização dos investimentos previstos no Planejamento Estratégico da companhia, ao mesmo tempo em que permite maior previsibilidade nos preços praticados, já que a empresa não estará sujeita a variações súbitas de preços em mercados no exterior. Os reajustes nos preços não terão periodicidade definida.
O comunicado destacou que a estratégia anunciada nesta terça está alinhada com a Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno, aprovada pelo Conselho de Administração em 27 de julho de 2022.
Reação do mercado
O mercado financeiro parece ter gostado da novidade. As ações da Petrobras na bolsa de valores subiram. O Valor Investe, veículo dedicado à cobertura desse mercado, chamou a reação de "alta firme".
Por volta de 12h desta quarta-feira, as ações ordinárias (que dão direito a voto em assembleias da empresa) tinham alta de 3,8%. Já as ações preferenciais, que não dão direito a voto, mas garantem preferência no pagamento de dividendos, haviam subido 4,1%.
Edição: Rodrigo Durão Coelho – Brasil de Fato
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