O racismo de todos os dias
Foto: Elineudo Meira/@fotografia.75/via Fotos Públicas |
Os ataques racistas
contra o jogador de futebol Vini Júnior, que atua pelo Real Madrid da Espanha,
geraram revolta e ganharam as primeiras páginas de jornais do mundo inteiro.
Atletas das mais variadas nacionalidades e modalidades, artistas e políticos
entoaram o coro da solidariedade ao craque brasileiro e do repúdio ao racismo,
cobrando posicionamento contundente das autoridades espanholas e da La Liga,
entidade responsável pelo principal campeonato da Espanha.
O jogador tem sido
alvo constante dos racistas, não apenas durante as partidas, mas também em
espaços públicos, chegando haver há algumas semanas uma manifestação sórdida
contra o jogador, na qual um boneco foi pendurado simulando um enforcamento e uma
faixa foi colocada em uma ponte com os dizeres “Madri odeia o Real”.
O sentimento de indignação gerado por tamanhas atrocidades causa revolta e nos faz refletir sobre a urgente necessidade de avançarmos em ações que promovam práticas e posturas antirracista. Para isso é importante termos a consciência de que este caso em específico, por se tratar de um astro do futebol internacional, ganhou a notoriedade necessária. No entanto, trabalhadoras e trabalhadores de pele escura sofrem diariamente, sem ter voz, em uma sociedade estruturalmente constituída em alicerces racistas.
É imprescindível que
a sociedade esteja engajada na pauta antirracista e atenta aos casos que não
ganham notoriedade. É necessário que sejamos conscientes da existência do
racismo estrutural e que ele se manifesta, também, em momentos de desatenção,
como por exemplo, quando ocorre através de “piadinhas sem maldade”, como uma de
suas formas mais violentas de discriminação racial velada.
Diante de “tantos
casos isolados”, que possamos potencializar as vozes daqueles que denunciam e
lutam contra o racismo. É necessário sermos intransigentes nessa pauta.
Racistas não passarão!
*Adriano
Nascimento é gestor público, especialista em Gestão de Cidades
e Planejamento Urbano e um homem preto
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